Centenas de pessoas detidas e outras desaparecidas durante manifestações em CUBA
Manifestantes protestam contra o governo. Cuba, 11 jul. 2021 / |
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O levante popular motivado pela situação caótica em que a população cubana se encontra já registra centenas de pessoas detidas e desaparecidas, segundo informam entidades internacionais de defesa dos direitos humanos. Os manifestantes atribuem a responsabilidade pelo aprofundamento das condições de miséria social ao Governo central de Havana.
Ao contrário do que várias lideranças políticas no Brasil costumam disseminar, a imagem idílica de Cuba como um país referência em medicina anda longe de condizer com a realidade em que vivem os habitantes da ilha caribenha. Não é de hoje que as agências internacionais vêm denunciando a falta de acesso à saúde aos atingidos pela pandemia de COVID-19. Em abril, imagens fortes de um abrigo com pessoas contaminadas pelo vírus em condições desumanas, foram veiculadas pela imprensa internacional. Entretanto, nada se viu falar pela imprensa brasileira.
Na segunda-feira (12), a Organização de Análise de Tráfego Digital NetBlocks, confirmou que a ETECSA, empresa estatal que possui o monopólio das telecomunicações no país, estaria limitando o acesso aos serviços de comunicação, o que afetou drasticamente a estabilidade das plataformas de redes sociais. Enquanto isso, a polícia política reprimia os manifestantes desarmados que protestavam contra o Governo de Miguel Díaz, nas ruas de Havana e municípios circunvizinhos.
A Conferência Nacional dos Bispos de Cuba emitiu um comunicado conclamando a sociedade cubana à paz. No documento, escrito em tom pacificatório, os prelados reafirmam a legitimidade dos protestos, em um contexto de profundas mazelas sociais, mas asseverou: “A violência, gera violência”.
Na tarde desta terça-feira (13), os Estados Unidos condenaram a detenção de líderes religiosos durante os protestos em Cuba, como a que ocorreu ao Sacerdote Católico Castor José Álvarez Devesa, ferido e preso no departamento de Camagüey, região localizada na parte central do país. Ao ser libertado, o religioso conclamou os cristãos do mundo a rezarem por Cuba. O aviso recebido de Washington é de que “a política de administração do governo Biden para Cuba está sob revisão”, afirmou a subsecretária adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Emily Mendrala, durante entrevista à Emissora Voz das Américas.
Com informações de Cuba
FOLHA 390, Jornalismo Independente