Crise no Oriente Médio: Diplomacia internacional precisa se reinventar.
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Como se não bastasse a guerra entre Rússia e Ucrânia, o recrudescimento dos conflitos no Oriente Médio colocou em xeque o papel dos líderes internacionais na tarefa de encontrar uma saída plausível para a escalada armamentista no globo. A nossa geração está literalmente testemunhando ao fim de uma geopolítica, arquitetada pós-Segunda Guerra Mundial, e o início de outra, que ninguém sabe exatamente como vai se estabelecer.
A ONU, criada em 1945 nos Estados Unidos, no final da Segunda Guerra, com a missão precípua de assegurar e promover a paz mundial, encontra dificuldades em promover um diálogo equilibrado entre os representantes dos países membros. Uma saída diplomática menos dolorosa, apresenta-se cada dia mais distante, em meio a essa conjuntura de intensa beligerância.
Os múltiplos focos de conflitos armados colocam em risco questões humanitárias, territoriais, políticas, sociais e econômicas. A grande mídia tem dado muita ênfase à guerra entre Israel e o Hamas [sim, trata-se de uma disputa de um Estado constituído, contra um grupo terrorista, e não entre Israel e o Estado da Palestina]. Porém, pouco tem se falado no grave problema do Afeganistão, nas disputas envolvendo a Síria e o Líbano; no conflito latente entre China e Taiwan; na questão de Cuba e de outras ditaduras latino-americanas; o problema do terrorismo [o qual é um misto de política reacionária com religião] dentre outros focos de tensão.
O fato é que: nossa diplomacia ocidental pouco ou nada entende das questões complexas do oriente. Infelizmente a batuta que rege o mundo é predominantemente influenciada pelo ocidente e isso pouco ajuda na solvência da questão. Sei que é uma verdade difícil de aceitar, mas, isso está cada dia mais evidente. A inapetência da ONU frente aos problemas geopolíticos contemporâneos, está escancarada.
Precisamos reinventar a diplomacia mundial, pois os antigos conceitos e estratégias adquiridas ao longo do pós-guerra, já não funcionam mais. O sistema internacional, na falta de um instrumento diplomático eficaz, caminha para a barbárie. É exatamente o cenário que estamos vislumbrando, onde milhares de civis estão pagando um preço muito alto, por questões completamente alheias às suas próprias vontades. Nem mesmo o Direito Internacional está sendo respeitado.
As relações de amizade e a cooperação são mecanismos fundamentais para a manutenção da paz mundial, na ausência destas, o resultado é a guerra. Contudo, no caso do oriente médio, resta-nos a pergunta: como isso é possível em uma região marcada por divergências de natureza histórica e religiosa?
Assim caminha a humanidade!
O autor é Jornalista e Geógrafo.