Bragança: Corpos encontrados em embarcação são de africanos, afirma PF.

 

Foto: Redes Sociais / Repórter Renato
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Após 16 horas de operação para trazer o barco do alto mar para a sede do Instituto Médico Legal da cidade de Bragança, a Polícia Federal confirmou que os corpos encontrados na embarcação são de africanos provenientes do Mali e da Mauritânia.

 Ao todo foram encontrados no interior da embarcação 9 corpos, mas a estimativa é que 25 pessoas estavam a bordo.

Documentos e capas de chuva encontrados permitiram a identificação acerca da origem dos ocupantes.


A embarcação foi encontrada à deriva por pescadores, na manhã do último sábado (13), nas proximidades da Ilha de Canela, litoral de Bragança, nordeste do Pará.

 Após as autoridades terem sido comunicadas, uma operação conjunta foi iniciada, envolvendo o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e as polícias Científica, Civil, Militar e Federal, para atuar no atendimento da ocorrência. Peritos de Brasília também vieram até o porto da vila do Tamatateua, a fim de ajudar na identificação dos corpos, mediante protocolos adotados pela Interpol.

País pobre, a Mauritânia é uma república islâmica, que conquistou sua independência em 1960. A estrutura social do país é marcada por conflitos severos de ordem étnica, onde 99% da população é muçulmana (conforme dados da ACN Internacional) e a hierarquia é definida pela cor da pele. 

rebelde armado
Agência França Press

O país também enfrenta a luta contra grupos jihadistas islâmicos. Violência que assola não somente a Mauritânia, mas que também se alastrou pela região, incluindo o Mali, país com o qual compartilha uma fronteira de 2.237 Km.

Entre 2020 e 2021, o Mali sofreu dois golpes militares, o que produziu o enfraquecimento das instituições e inflamou ainda mais as disputas regionais e geopolíticas, envolvendo o Ocidente e o Oriente. 

As investigações preliminares da Polícia Federal, apontam que os tripulantes da embarcação tenham sido vítimas do tráfico internacional de imigrantes. A presença de documentos e capas de chuva, apontam para a existência de uma suposta organização criminosa por trás dessas mortes.

Em nota à imprensa, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), lamentou profundamente a morte dessas nove pessoas.

◾️ A Agência da ONU para Refugiados lamenta profundamente a perda de vida das nove pessoas que foram encontradas em uma embarcação no Rio Caeté, no estado do Pará, no sábado passado.https://t.co/6BzGAKO7u4

— ACNUR, Agência da ONU para Refugiados (@ACNURBrasil) April 16, 2024

Para o doutor em oceanografia, Yuri Prestes, a embarcação pode ter sofrido ação de correntes marítimas e de ventos do Atlântico, o que a trouxe da costa africana para o litoral brasileiro.

Da redação

Jornalista Antonio Victor

FOLHA 390

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