Dia Mundial das Hepatites: Brasil teve mais de 690 mil casos confirmados entre 1999 e 2020
A data de 28 de julho marca o Dia Mundial das Hepatites Virais, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há 12 anos. O Brasil teve 689.933 casos confirmados dessa doença entre 1999 e 2020. A Lei nº 13.802/2019 estabeleceu o Julho Amarelo para enfatizar as ações de luta contra hepatites virais.
O Ministério da Saúde esclarece que a hepatite é evitável, tratável e, no caso da hepatite C, curável. É uma infecção que atinge o fígado e causa alterações leves, moderadas ou graves, dependendo do caso.
A maior parte dos casos surgem sem sintomas e a vacina é a principal medida de prevenção contra as hepatites A e B. Já a C não dispõe de imunizante, mas é possível evitar a infecção com ações como não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue, usar preservativo nas relações sexuais e não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas, por exemplo.
As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas por esses três vírus: A, B e C. O Ministério da Saúde detalha assim cada um dos tipos:
- Hepatite A: tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe vacina.
- Hepatite B: é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.
- Hepatite C: tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, divulgou nesta quarta-feira (26) que a pasta busca reverter a queda nas coberturas vacinais dos tipos A e B, que tiveram redução nos últimos dez anos. “No caso da Hepatite A, quando a vacinação é feita no primeiro ano de vida, o índice chegou a 66% em 2021; e a Hepatite B teve cobertura de 70%. Mas não as combatemos sozinhos. Contra as hepatites virais, a ajuda de todos é essencial”, publicou.
Um dos órgãos que vem atuando na conscientização da doença é a Sociedade Brasileira de Hepatologia. A diretora da entidade, a médica Monica Viana, faz um alerta. “Normalmente, as hepatites virais não dão sintomas até que o fígado esteja com uma cirrose já avançada ou já com câncer de fígado, que são complicações relativamente comuns a essas doenças quando não tratadas a tempo”, ressalta.
Por isso, ela ressalta a importância das vacinações e hábitos de vida saudáveis. Outro ponto importante no debate é o avanço da ciência. “Sobre o que tem de mais novo, nós temos medicações excepcionais desde 2015, que são Drogas de Ação Direta, que agem somente no vírus e não causam efeito adverso na pessoa que está contaminada com esses vírus. Com relação à hepatite C, a gente tem cura em praticamente 100% dos casos com essa medicação, que é um comprimido por via oral, sem efeito adverso, um tratamento que dura 90 dias e está disponível do SUS para todo mundo que tenha prescrição médica”, comenta.
Um dos pacientes que descobriu a doença foi o morador de São Paulo (SP) Fabrício Alegre, professor e guia de turismo. “Veio no susto, descobri em 2004, em exames de rotina que fazia no posto de saúde. Quando eu descobri, não fazia nem ideia o que que era hepatite, qual era o grau de gravidade que essa doença tem, o que que ela poderia me acarretar. Comecei a fazer tratamento depois, fiz vários tratamentos tomando remédios fortíssimos”, conta.
Neste ano, a Fiocruz alerta que notificações de uma hepatite aguda grave de etiologia desconhecida entre crianças menores de 10 anos começaram a surgir em diferentes localidades. “Dentro desse contexto, para a campanha de 2022 do Dia Mundial de Combate às Hepatites, a OMS adotou o tema “Trazendo o cuidado da hepatite para mais perto de você” (em tradução livre). O mote reforça a necessidade de aproximar unidades primárias de saúde e a sociedade para que a população tenha um melhor acesso aos tratamentos do agravo”, divulgou a fundação.
Fonte: Brasil 61