A exemplo de Maduro na Venezuela, Ministro Alexandre de Moraes determina o fim da plataforma X, no Brasil
A rede social X (antigo Twitter), vinculada ao magnata Elon Musk, enfrenta sua pior fase, desde que foi fundada, em 21 de março de 2006.
A atuação da plataforma tem incomodado líderes políticos, por conta de sua capilaridade na organização de movimentos antagônicos aos interesses políticos dominantes.
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro, determinou no dia 08 de agosto de 2024, o fim das atividades do X no país, por se sentir ameaçado com as críticas acerca da legitimidade do processo eleitoral no país.
"A rede social X, e Elon Musk, dono do X, violou todas as normas da própria rede social, incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte e o enfrentamento entre venezuelanos. E aqui se respeita a lei. Por isso foi assinada uma proposta feita pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), que decidiu retirar a rede social X durante 10 dias. Fora X da Venezuela por 10 dias", disse Maduro.
A desculpa do ditador venezuelano é de que o bilionário, dono do X, estaria envolvido em um suposto ataque hacker sofrido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Uma narrativa construída para reforçar a ideologia dos seus apoiadores, de que as suas ações contra os direitos civis e humanitários, são legítimas.
Vale ressaltar que a Organização dos Estados Americanos (OEA) e vários outros países da comunidade internacional, não reconhecem o resultado das eleições no país. Está claro que Maduro não foi eleito presidente e se vale de artifícios para justificar seu regime ditatorial.
STF: Mandado de Intimação contra Musk. |
No Brasil, o X (antigo Twitter) descumpriu uma ordem do Ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado havia dado o prazo de 24 horas para que a Companhia apresentasse um representante no país. O prazo venceu na última quinta-feira (29), às 20h:07min.
Esse é o episódio mais recente da escalada da tensão envolvendo Elon Musk e Alexandre de Moraes. Entre 2020 e 2021 a Suprema Corte instaurou dois inquéritos para apurar a disseminação de fake News e o financiamento de grupos atentatórios contra a "democracia" brasileira.
Moraes é o relator dos inquéritos das Fake News, das milícias digitais e dos atos de 08 de janeiro. Além de ter ficado conhecido por uma suposta "perseguição" aos apoiadores do ex-presidente, Jair Bolsonaro.
O dono do X acusa Moraes de censura e atitude atentatória contra o Estado Democrático de Direito. "Em breve, esperamos que o Ministro Alexandre de Moraes ordene o bloqueio do X no Brasil – simplesmente porque não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos. Dentre esses opositores estão um Senador devidamente eleito e uma jovem de 16 anos, entre outros", disse o bilionário.
Musk também afirmou que o direito de defesa da plataforma foi completamente negado pelo magistrado: "Quando tentamos nos defender no tribunal, o Ministro ameaçou prender nossa representante legal no Brasil. Mesmo após sua renúncia, ele congelou todas as suas contas bancárias. Nossas contestações contra suas ações manifestamente ilegais foram rejeitadas ou ignoradas. Os colegas do Ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal estão ou impossibilitados de ou não querem enfrentá-lo", acrescentou.
Especialistas em direito consideram haver indícios de violações às leis brasileiras na forma como o Ministro está conduzindo as coisas.
É importante observarmos que, existe muita semelhança entre o que está acontecendo na Venezuela e no Brasil. O pano de fundo é sempre político e o objeto é exatamente o processo eleitoral.
Por questões ideológicas, grupos estão comemorando a decisão do Ministro, inclusive militantes da própria imprensa dominante. Entretanto, a censura que se comemora contra os desafetos de hoje, pode te calar amanhã!
Encerramos essa matéria com a seguinte frase, para reflexão:
“O objeto do terrorismo é o terrorismo. O objeto da opressão é a opressão. O objeto de tortura é tortura. O objeto do assassinato é o assassinato. O objeto do poder é o poder. Agora você começa a me entender?” - George Orwell