O novo bombardeio da Rússia a Kiev. A omissão da OTAN, e a ameaça de uma possível guerra nuclear.
* Conteúdo em áudio e texto.
A Rússia voltou a bombardear Kiev nesta segunda (10) de forma mais intensa desde que começou a guerra contra a Ucrânia, em fevereiro. A ação é uma resposta dura ao ataque à ponte de Kerch, que liga a península da Crimeia à Rússia, no último sábado (8). Além de Kiev, 10 cidades do país foram atingidas por mísseis russos.
A autoria do ataque à ponte, embora comemorada por líderes ucranianos, não foi reivindicada por Kiev.
Embaixada do Brasil na Ucrânia, emitiu nota hoje cedo, às 06:13 da manhã pelo horário de Brasília (09:13h horário local de Kiev), comunicando aos brasileiros que estão na região a seguinte informação:
"Tendo em conta os inúmeros bombardeios em diversas cidades da Ucrânia na manhã desta segunda-feira, dia 10 de outubro, bem como a possibilidade de novos ataques, a Embaixada do Brasil em Kiev recomenda fortemente aos brasileiros na Ucrânia a seguir as orientações das autoridades locais e a permanecer em local protegido enquanto durarem os alertas de ameaça aérea.
Deslocamentos só devem ser iniciados após o fim do alerta, quando houver condições de segurança.
Brasileiros em situação de emergência na Ucrânia podem entrar em contato com a Embaixada pelo telefone de plantão +380 50 384 5484.
A Embaixada reitera sua recomendação de que sejam evitadas todas as viagens à Ucrânia, bem como a permanência no país". - Informa o órgão do Governo brasileiro naquele país.
Líderes de diferentes nações, se preocupam com a escalada da guerra e buscam soluções com países do oriente, frente à incapacidade da OTAN de oferecer respostas.
Embora Jens Stoltenberg, secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tenha afirmado nesta segunda (10) que "A Otan continuará apoiando o bravo povo ucraniano para lutar contra a agressão do Kremlin pelo tempo que for necessário", o órgão negou o pedido de ingresso do país na organização, feito na sexta-feira (30) de setembro, pelo presidente Volodymyr Zelensky. O que demonstra um apoio superficial da OTAN à Ucrânia, que se resume a acenos diplomáticos, através de notas e declarações.
Presidente da Ucrânia, Vlodymyr Zelensky, no momento da assinatura do pedido para entrada do país na OTAN. |
Para entender a história
A OTAN foi fundada em 1949, durante a Guerra Fria. Como uma estratégia de aliança intergovernamental, com o objetivo de atuar como um obstáculo à ameaça soviética na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, de modo que os países membros oferecessem apoio militar de defesa uns aos outros.
A visão do especialista
Ivo Daalder, ex-embaixador dos Estados Unidos na OTAN entre maio de 2009 e julho de 2013, durante o Governo de Barack Obama, declarou que "se a Ucrânia tivesse entrado na OTAN em 2008, a guerra não teria acontecido" - afirmou Daalder - que nasceu na Holanda e conhece bem as questões europeias - durante uma entrevista à BBC.
A ameaça nuclear
O presidente norte-americano Joe Biden declarou na última quinta-feira (6) que "Putin não está de brincadeira quando fala em ameça nuclear". Para o mandatário, risco de um "Armagedom" nuclear nunca foi tão alto desde a Guerra Fria.
O presidente da França, Emanoel Macron, durante conversa telefônica com o presidente ucraniano, prometeu enviar mais armas à Ucrânia e criar um fundo de assistência de 100 mil euros, após ataque russo.
Também a Alemanha anunciou entrega de armas ao país, para ajudar no combate.
Da Redação
FOLHA 390